Antes de irmos de férias a esse belo país à beira mar plantado a angustia era enorme: e se o pequenote adoece? e as viagens? e os hospitais?vamos à praia, ao campo e existem hospitais perto,e são bons? Enfim um rol de perguntas parvas mas que mostram bem o medo com que ficàmos no que respeita ao piolhico número dois; À última da hora lá compràmos os bilhetes de avião, depois ainda estive a tentar ver de casa na praia para alugar... acabei por desistir e decidimos ir apenas ver a família ao alentejo profundo e apenas três semanas para o maridão não morrer de tédio.
A viagem de avião correu bem, desta vez fomos na companhia portuguesa e devo dizer que com muita pena minha verifiquei que a atenção dada a quem leva crianças pequenas era quase nula, no check in fui eu que perguntei/afirmei se os casais com bébes não tinham prioridade, pois agora é fila única para fazer o check in para viagens para toda a europa e vi casais na enorme fila com bébés pequenos; Se não dizes nada ficas como eles à espera,como falei passàmos à frente daquela imensa fila de gente ( inadmissível não proporem); Já no avião por exemplo fui eu quem tive de pedir o cinto de "segurança" para o piolhico já estavamos quase a descolar, e um casal belga que ia à nossa frente partilhava a fila das cadeiras com um senhor que viajava sózinho e este tinha de se levantar (para deixar passar os papàs) sempre que precisavam de tirar algo da bagagem de mão colocada por cima dos bancos; Ora na companhia belga quando não se teve hipotese de sentar os casais com bébes sózinhos nas cadeiras logo no check in,depois de todos os passageiros estarem no avião e depois da descolagem propõem à pessoa sentada ao lado do casal um outro lugar vago no avião para ambos irem mais à vontade; ainda pensei não o terem feito por estarem completos,mas ao ir à casa de banho verifiquei que haviam umas quatro filas de cadeiras sem ninguem. No fim o casal belga que vinha conhecer Portugal com a bébé de alguns meses queixava-se da falta de simpatia e atenção por parte da equipa... Infelizmente tive de concordar.
A viagem correu bem, o piolho número um dizia ter medo (já não se lembra da última vez que viajou, há dois anos) o piolho número dois queria era andar de um lado para o outro; ainda assim conseguimos controlar estes dois diabitos; Para recolher as bagagens esperàmos quase uma hora, o maridão já dizia que tilham esquecido ou perdido as malas... No aeroporto esperáva-nos a fabulosa madrinha do piolho número um, uma querida!!! Beijos e abraços,uns segundos de fofocas e lá seguimos caminho para o meu alentejo;
Ao chegar noto uma tristeza que não conhecia, as casas que normalmente são branquinhas estão por pintar, outras semi destruídas outras (demasiadas) em construção... a crise que a europa e não só,atravessa nota-se logo nos lugares mais "fràgeis"; Depois de visitar a cidade a conclusão é a mesma a vida está cada vez mais complicada; No entanto continuo a ver belos carros novos, gente bem vestida e à última moda; Os preços no supermercado esses, em alguns produtos, são mais caros do que aqui !!! Normalmente aproveito para comprar roupa de marca portuguesa de qualidade pois temos bons produtos a bom preço(para quem vive aqui,claro) mas desta vez as modas que aí vêm não me agradam de todo e a qualidade dos tecidos também não...
Depois da organização inicial em que os primeiros dias passam sem sabermos bem como, o resto dos dias foram passados no "dolce fare niente", de dia os quase sempre quentinhos 40g faziam com que os papàs saissem e deixassem os piolhos em casa na companhia da avó e da sobrinha de 9 anos com quem o piolho número um brincou dias e noites sem parar, um delírio; De noite os piolhos estavam estafadinhos e como sempre "exigiam" cama cedo; Ainda pensàmos em ir a qualquer lado de carro mas os dias estiveram sempre a escaldar e a única vez que levei o piolho grande comigo durante a tarde,depressa me pediu para ir para casa tal era o calor...não está habituado e para dizer a verdade,nem eu já estou! Para as crianças uma piscina de plástico fez maravilhas... eu matei saudades da terra e de alguns amigos e familiares. E apenas nisto passaram os dias a correr; Tudo correu bem,excepto a terrível diarreia que o piolho bébé teve durante a última semana; De um dia para o outro teve febre e uma diarréia tão forte que durou toda a semana,felizmente não passou disso.
Ao chegar aqui dou conta de que o piolho bébe já não o é, agora é um menino pequeno que já sobe para todo o lado, que diz (aponta com o dedo) aquilo que quer, já vai dizendo umas palavritas, dá beijos repenicadinhos nas nossas bochechas, brinca cada vez mais com o irmão... já fazia estas coisas antes mas agora está muito mais desenvolvido! O irmão fala cada vez melhor o português que practicou com a minha sobrinha...
A mim fez-me bem rever amigos, família ,comer coisas só nossas e cheirar outros ares; Mas o principal foi termos verificado que o piolho bébé está pronto para grandes aventuras.